Na semana em que novas regras para as faculdades de medicina foram criadas, muito se protestou, alguns questionaram a validade do aumento de 6 (seis) para 8 (oito) anos na duração do curso, e PRINCIPALMENTE por conta da polêmica determinação que obriga todo estudante de medicina a trabalhar por dois anos na rede pública de saúde!
Todos (exceto os que pretendem ingressar nas carreiras médicas) apoiaram a ideia, pois a qualidade da saúde está tão ruim que se chegarem mais médicos pra examinar um paciente por 3 minutos, e depois dizer: “você está com virose”, ou então “isso é uma crise de stress”, a galera já se acha bem atendida.
Porém, como diz o velho dito popular, “pimenta nos olhos dos outros é refresco”, e a gente apóia mudanças, quando não nos afetam, mas, ainda assim, nos resta perguntar aos profissionais do mundo jurídico, e se fosse com as faculdades de Direito?
Se uma regra aumentasse de cinco para sete anos a duração do curso de direito, e mais ainda, e se nestes 2 anos adicionais todos os estudantes de direito fossem obrigados a exercer atividades nós fóruns, juizados e defensorias de suas respectivas cidades?
Seria bom?
Não há dúvidas que os bacharéis estariam muito mais preparados para a vida profissional por conta de mais dois anos de estudos, bem como o mesmo período de aprendizado prático, aprendendo o dia a dia da profissão, pegando as nuances, as manhas e as agruras da vida do advogado, sem mencionar o fato de que a população também ganharia com um poder judiciário mais ágil.
Porém, existe o outro lado da moeda, pois muitos estudantes de direito já possuem empregos, responsabilidades, e que não poderiam ser deixadas de lado por conta de uma canetada do governo. Como seria nestes casos, em que o estudante já tem um trabalho? Iria pedir demissão simplesmente para atender um anseio do governo, que não é capaz de cumprir com todas as suas obrigações e estende a sua responsabilidade para jovens estudantes?
Que as faculdades de direito precisam se atualizar, não existem dúvidas, que o exame da OAB não prepara o advogado para o mercado de trabalho também não, assim, ainda que uma regra, como a recém criada para o curso de medicina possa prejudicar alguns alunos, eu deixo a pergunta para reflexão: Por que não com o Curso de Direito?
Por Robson Neves
Fonte: Última Instância
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